Arquivo mensal Abril 23, 2023

Relatórios de Sustentabilidade – Entendamos a sua importância

Os relatórios de sustentabilidade, têm vindo a assumir cada vez mais um papel fundamental nas empresas, pois espelham a realidade que a organização enfrenta, mas mais importante ainda, mostra qual o caminho a percorrer para a concretização de uma Visão maior, não esquecendo nenhuma das partes envolvidas e interessadas.

OBJECTIVOS MAIORES DO RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE

  • Identificar as principais áreas de atuação;
  • Analisar as principais componentes ambientais, sociais e económicas (Análise SWOT);
  • Reconhecer o mesmo como sendo uma ferramenta de apoio à organização, para promover a comunicação interna e externa entre partes interessadas.

As empresas devem começar por  entender os temas mais relevantes dentro do seu setor de atividade, fazendo uma reflexão profunda sobre o que desejam efetivamente reportar.

10 passos a considerar na execução do relatório de sustentabilidade

O documento deverá reunir as principais informações sobre ações, promessas, metas e resultados da empresa nas diversas frentes do ESG (Environmental, Social and Governance).

Não há um padrão único para este tipo de relatório, todavia há alguns “frameworks” internacionais que poderão ser costumeiramente considerados pelas empresas e organizações que nunca produziram um relatório de sustentabilidade, abrangendo as dimensões sociais, ambientais e económicas de forma integrada, seguindo ou não metodologias globais, como a GRI (Global Report Initiative) e a CDP (Carbon Disclosure Projetc) ou os indicadores do ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) entre outros, o processo de construção de um documento deste tipo deve ser percebido como oportunidade de aprendizagem organizacional na busca de melhorias, inovação e análise de oportunidades.

Não é obrigatório para as empresas, divulgarem relatórios de sustentabilidade, mas é algo bem visto no mercado por ser uma forma de mostrar transparência e dessa forma ajudar investidores, financiadores, clientes, fornecedores e outros agentes, a entender, detalhadamente, o que a organização se compromete a fazer e está a cumprir em termos ESG.

Em Portugal, é uma prática cada vez mais comum, divulgar informações de sustentabilidade e financeira juntas,  num mesmo documento. Neste artigo, compilamos algumas abordagens que frequentemente aconselhamos  os nossos clientes a contemplar no momento em que decidem iniciar essa jornada.

  1. Transmitir com clareza e transparência a visão integrada da organização. Definir metas públicas e conectadas com a estratégia ajuda a acelerar os avanços e revela aonde a organização quer chegar;
  2. Realizar o processo de materialidade e ouvir os “stakeholders” para identificar quais são as intersecções entre os temas de interesse das partes, e os temas mais relevantes para a organização (recorrendo a inquéritos de satisfação e de opinião);
  3. Envolver a organização! O relatório é uma construção coletiva. Não apenas no levantamento das informações, mas também serve como fonte importante para compartilhar avanços, necessidades e perceções do relacionamento direto das áreas com processos e/ou públicos específicos;
  4. Adotar padrões de relato reconhecidos: GRI é pioneiro e um dos modelos mais usados no mundo, mas outras iniciativas ajudam a complementar as informações, como o SASB, TCFD, Relatório Integrado e CDP;
  5. Garantir Equilíbrio. O relatório deve refletir a realidade da Organização, de maneira precisa, com destaques positivos, desafios e como a organização lida com esse cenário;
  6. Apresentar indicadores. Incluir a série histórica para demonstrar a evolução (ou involução) sobre uma base única também é importante, bem como explicar como esse indicador contribui para a estratégia integrada;
  7. Contar com auditoria independente. Quando a organização atingir certa maturidade nos seus processos, é ideal que se busque uma auditoria independente para avaliar as informações. Deixamos a sugestão de implementação de Sistemas de Gestão QAS, bem como a adesão a iniciativas WCM-LEAN/ KAIZEN;
  8. Tornar as informações acessíveis, fáceis de serem encontradas é essencial;
  9. Comunicar é preciso. É necessário fazer com que a divulgação chegue de fato a todas as partes interessadas. Para tanto, é preciso inserir os resultados ESG em todos os pontos de contato com públicos específicos, sempre procurando o equilíbrio, entre destaques, avanços e desafios;
  10. Garantir Credibilidade. O relatório é um retrato efetivo da empresa, reflete a relevância dada pela gestão da organização ao tratamento das questões que envolvem a agenda da sustentabilidade.

O relatório de sustentabilidade poderá indicar diferentes áreas estratégicas em que a empresa atua, por forma a gerar impacto sócio-ambiental e promover o próprio desenvolvimento sustentável. Deixamos alguns exemplos à consideração:

  1. Criar uma cadeia de fornecimento que combata as mudanças climáticas e proteja a biodiversidade;
  2. Promover boas práticas para o planeta;
  3. Combater desperdícios, reciclar e reutilizar: rumo à economia circular, considerar ECODESIGN;
  4. Construção de um futuro renovável;
  5. Ajudar a enfrentar os problemas de saúde em todas as fases da vida;
  6. Contribuição para uma economia sustentável;
  7. Prosperidade para as pessoas;
  8. Crescimento Responsável, Tecnologia e Inovação;
  9. Acesso e inclusão;
  10. Produtividade e competitividade;
  11. Compromisso na redução de emissões carbónicas até 2045, com metas intermediárias para 2025 e 2030 (Descarbonização Industrial).